A empresa ganhou a licitação, não foi o Ministro ou o MEC que escolheram a empresa, e por lei não se pode deixar de contratar, sob pena de improbidade administrativa.
O Ministério da Educação foi obrigado à contratar uma empresa para fornecer kits escolares a estudantes que, segundo a Polícia Federal, está envolvida em um esquema que desviou R$ 134,2 milhões de dinheiro público da saúde e da educação na Paraíba, Informados sobre a investigação contra a empresa, representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao ministério, responsáveis pela contratação, decidiram manter o negócio para não incorrer em crime de Improbidade administrativa.
O contrato com a Brink, que pode chegar a R$ 406 milhões, foi assinado em novembro de 2019 na gestão Rodrigo Sérgio Dias como presidente do FNDE, que foi informado sobre as investigações envolvendo a empresa.
Um primeiro contrato com a empresa já havia sido firmado, em fevereiro, pelo então chefe do órgão, Carlos Alberto Decoletti, exonerado em agosto. O presidente do FNDE foi demitido em dezembro, após queda de braço entre Weintraub e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apontado como padrinho da indicação .
A modalidade de contratação é a chamada ata de preços, em que outras empresas também são habilitadas a fornecer o produto. Funciona assim: o ministério faz o processo de licitação, recebe as propostas e declara quais delas — e por qual preço — cada uma pode vender. Um prefeito ou um governador interessado em comprar o mesmo kit para suas escolas não precisa, então, abrir um novo certame, bastando apenas aderir à ata de preços da pasta para fazer a contratação e receber o material.
A Brink foi a primeira colocada na licitação e, portanto, ficará com a maior parcela da distribuição de lotes. A estimativa do MEC é de que a quantia que a empresa receberá poderá ultrapassar os R$ 406 milhões, a depender da procura dos kits por parte das prefeituras. Segundo Weintraub, R$ 3,1 milhões já foram distribuídos.
Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que o processo para a compra dos kits respeitou a legislação em todas as fases. Segundo a pasta, na fase de habilitação, a empresa Brink Mobil estava em condição regular e não tinha impedimentos legais para participar do certame.
“Esclarecemos, ainda, que a empresa apresentou os atestados de capacidade técnica exigidos no edital. Todos os processos licitatórios do FNDE são precedidos de pesquisa de mercado, conforme prevê a legislação pertinente”, informou o ministério no comunicado.
Referências : correiobraziliense –
Curvelo (MG) 07/03/2020 – 15:20h
- Prisão ilegal de Filipe G. Martins ganha repercussão nos Estados Unidos - 23 de setembro de 2024
- O Twitter (X) está liberado com VPN ? Entenda como os brasileiros estão fugindo da censura - 20 de setembro de 2024
- Após décadas temendo invasão dos EUA, militares perdem controle da Amazônia para o Foro de São Paulo - 20 de setembro de 2024