Não há crime ou falta disciplinar nos diálogos. Não há conluio ou indício de ação coordenada.
Pelo contrário: Dallagnol pede urgência para que Moro analise um pedido de prisão preventiva de Alexandrino Alencar, que acabara de ser libertado pelo STF. Moro diz que não consegue analisar naquele dia. Em outro trecho, Moro diz que seria melhor se duas etapas da Lava Jato tivessem a ordem invertida. Dallagnol responde que a logística não permite e mantém a ordem das operações como o planejado. Não há relação de camaradagem nem concessões mútuas nas conversas. Não há pedidos impróprios e nada que não seja ou não soe republicano. Mesmo quando surge a pista de que uma fonte pode ter informações sobre imóveis do filho do Lula, a dupla procura o que tem que ser feito naquelas circunstâncias: formalizar o depoimento.
Em tese, integrantes do Ministério Público e do Judiciário não deveriam trocar impressões sobre o curso de processos em que atuam conjuntamente. Em um trecho, porém, Moro reclama que o MP recorreu da condenação de réus colaboradores. Em outro, diz que uma das integrantes da Lava Jato é fraca na inquirição e precisa de treinamento. Nesses momentos ele cruza o limite da atuação do juiz para agir como coach do MP. Não deveria, pelo bem do princípio da separação entre os poderes.
Por isso é que não tem pé nem cabeça a ideia de anular os julgamentos da Lava Jato com base em conversas obtidas ilegalmente. Talvez esse episódio sirva para dar mais uns cinco minutos de holofote para o Cristiano Zanin que, coitado, andava tão sumido. Mas não esperem que nenhum ministro de tribunal superior valide algo que possa se voltar contra toda a corporação.
O jurista Modesto Carvalhosa postou uma mensagem onde pede o apoio da sociedade ao ministro Sérgio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol e adverte para a ‘armação encomendada’ para tentar minar a credibilidade da maior operação contra a corrupção da história.
“O ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol merecem toda a credibilidade e todo o nosso apoio.A Lava Jato, amparada pela Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal, está proporcionando, além do combate efetivo à corrupção, um resgate de Valores importantíssimos à sociedade brasileira.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, diz que não há “qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado” nas mensagens trocadas com o procurador da República Deltan Dallagnol;
“Quanto ao conteúdo das mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato”
Ministério Público também nega irregularidades em nota, o MPF (Ministério Público Federal) disse que as conversas foram vazadas por hackers e afirmou que “há a tranquilidade de que os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial”.
Este episódio será usada como palanque pela esquerda mas não causará dano nos processos da Lava Jato
Fonte; Nota do Ministério Público – Poder 360 – O Antagonista – Jornal da Cidade On line
Curvelo 10/06/2019 09;36h
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